A Exposição Brasileira-Allemã,
realizada de outubro de 1881 a fevereiro de 1882, em Porto Alegre/RS, foi a
maior de seu gênero em todo o Império Brasileiro. Seu presidente foi CARLOS VON
KOSERITZ.
O grande objetivo da Exposição
era divulgar os produtos brasileiros para os enviados dos principais mercados
da Alemanha e, em contrapartida, apresentar aos brasileiros os produtos
fabricados pelos alemães. A Sociedade Central de Geografhia Commercial
de Berlim, através de sua filial em Porto Alegre, divulgou o evento na
Alemanha, obtendo junto a várias e importantes indústrias a presença de seus
produtos, alguns já conhecidos e premiados na Europa. Várias províncias
enviaram amostras de seus principais produtos, destinados à possível exportação
para o mercado alemão. Toda a movimentação de transporte das cargas era
gratuita para os brasileiros e patrocinada pela Província do Rio Grande do Sul.
O Presidente da Província, autorizado pela Assembléia Legislativa, determinou
um crédito de 40 contos para auxiliar nas despesas da Exposição.
Foi a primeira Exposição
Internacional em todo o Império. Localizava-se na Rua da Olaria (atual Lima e Silva), exatamente onde hoje encontra-se o Supermercado Zaffari Lima e Silva. O terreno pertencia à chácara de Carlos Trein.
Koseritz era o presidente da
Exposição, mas estava ombreado por grandes homens: Frederico Haensel, Ramiro
Barcelos, Graciano Azambuja, Gaspar Rechsteiner, além de Ter Brügger e Carlos
Jaensen.
Apesar dos protestos e das
críticas de que foram alvo os organizadores do evento, a Exposição
Brasileira-Allemã realizou-se, foi muito comentada e atraiu um bom público.
Linhas de bondes foram colocadas da Praça da Alfândega até a Rua da Olaria,
onde se realizava o evento. O público adquirira os bilhetes, individuais ou
familiares, sempre nominais.
De sucesso estrondoso e excelente
público, a Exposição conquistou admiradores, mas não calou os opositores, que
insistiam em chamar o Palácio de Exposições de “uma gaiola de estacas e
sarrafos” e que, na realidade, era um grande chalé de 2 mil metros
quadrados, com vários pavilhões, bandeiras a enfeitar-lhe a entrada e todo
ajardinado, como pode-se notar pela gravura acima.
A Exposição Brasileira-Allemã
durou cinco meses. Mas depois de muitas brigas entre os participantes das
competições e o júri, alguns premiados nos concursos devolveram suas prendas,
em protesto. Após uma acirrada discussão entre os alguns organizadores da
Exposição e o público a respeito de uma corrida de cavalos, houve um grande
incêndio no Palácio de Exposições e tudo foi perdido. Sobraram apenas os
escombros dos pavilhões.
Neste incêndio, Koseritz perdeu
sua coleção etnográfica, que contava com peças belíssimas dos índios
brasileiros e que foi objeto de seu estudo e tema de um livro.
(Fonte: Livro Carola, de Sílvia Meirelles Kaercher; Ed.Novitas/2011)
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