quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Primeiros tempos de Koseritz no Brasil - inédito!

Muito pouco se sabe a respeito dos primeiros tempos de Carlos von Koseritz no Brasil. Algumas controvérsias e várias lendas se formaram a respeito do jovem alemão, que desertou no porto de Rio Grande, em 1851.
O artigo de 1940,  da revista O Globo, descoberto por Elza Gower, trineta do jornalista, traz algumas luzes a respeito dos padecimentos do futuro jornalista e seus primeiros movimentos em terras riograndenses. Um jóia rara, uma verdadeira preciosidade. Veja:

Revista O Globo, de 12 de outubro de 1940.
Colaboração: Elza Maria Gower

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sobre os protestos

Tenho me questionado, nestes últimos dias, a respeito dos acontecimentos recentes, de protestos legítimos e violência gratuita, qual seria a posição de Carlos von Koseritz no momento atual. Ele, que sempre se posicionou favorável à critica, ao debate e manifestou-e publicamente diversas vezes contra os atos do governo monárquico e presidencial.

Lembrei, então, que foi a partir de uma manifestação popular, em maio de 1890, em Porto Alegre, e atiçada por partidos políticos, que se desencadearam os desmandos, mortes e prisões que antecederam o cárcere privado de que foi vítima o jornalista e sua família. Acusado, injustamente, de participar dos protestos, usado como bode expiatório e feito refém de seus inimigos políticos, morreu poucos dias depois, de um ataque cardíaco, hoje sabemos, motivado pelo grande stress emocional que sofreu.

Em momentos de grande clamor público, tem-se que temer as injustiças e os aproveitadores. Vejo com grande alegria a manifestação de todo o nosso povo, mas também com muito receio do resultado final de tudo isso. Para a família de Koseritz, foi o luto.
Que para todos nós, o saldo final seja de mudança, maturidade e cidadania. Tenho certeza de que seria este o desejo de Koseritz.

Silvia Meirelles Kaercher

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Dormir ou sonhar?




"E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.
Deixei de me importar com quem ganha ou perde.
Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.
Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de "amigo".
Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida".
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente.
Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade.
E desde aquele dia já não durmo para descansar... simplesmente durmo para sonhar."

(Walt Disney)
Quem tiver ideias bacanas para postagens, poesias, contos, release de livros, é só enviar!! Aguardo a colaboração de vocês!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Ovos decorados para Páscoa

Faz parte da tradição alemã, e outras de origem europeias, decorar ovos para a Páscoa. Aqui no Brasil, esta tradição vem se apagando. Na minha infância, via minha avó com as mãos misteriosamente roxas, nos dias que antecediam a Páscoa, e a justificativa era sempre a mesma:
- " Eu ajudei o Coelhinho."
No Domingo de Páscoa, ovos cozidos e de cor arroxeada apareciam em nossos ninhos e eu desconfiava que aquele havia sido o trabalho da vó Ieda.
Depois de adulta, era com grande prazer que ensinava meus alunos a técnica de tingir ovos que aprendi com ela. Mas, de uns anos para cá, parei de lecionar e a técnica ficou esquecida.
Recentemente, em uma conversa com minha prima alemã, decidi que iria reviver esta cultura com meus filhos, para que, um dia, eles possam passá-la adiante, para meus netos. Foi uma experiência incrível (e lambuzada!).
Se você também quer fazer, siga as instruções e BOA PÁSCOA!

OVOS TINGIDOS:
* MATERIAIS:
- Ovos de galinha brancos (cozidos ou apenas a casca)
- Papel crepom ou seda
- Água com vinagre
- Papelotine
- Tesoura e cola
- Amendoim doce, bala de goma, mm's...


MODO DE FAZER:

Cozinhe os ovos com água, vinagre e sal. Cuide para que não rachem. Deixe esfriar e reserve.
Se preferir, você pode fazer ovos recheados, então faça uma pequenas abertura em um dos lados. Retire a clara e a gema,lave bem, com água e depois com álcool e deixe secar.

                                   
Rasgue pequenas tiras de papel crepom, de cores variadas. Umedeça o papel na água com vinagre e cubra o ovo, sem deixar nenhuma parte branca aparecendo. Quanto mais amassado ficar o papel, mais bonito ficará o efeito.

 Deixe a tinta do papel agir na casca por alguns minutos e depois retire o papel.

Deixe os ovos secarem bem. Os ovos cozidos podem ir à geladeira. As cascas vazias, podem ser recheadas com balinhas, amendoim doce, mm's, confete, ou o que desejares. Depois de recheá-los, cole um pepelotine para fechar.



Pode dar uma sujeirinha, por isso, não esqueça de cobrir o local que fores utilizar, com plástico ou jornal... Eu esqueci, precisei de muito braço e água com sabão para limpar a mesa depois...rsrs. As mãos, com o tempo voltam ao normal. Mas aí é que está o legal da tradição: Você ajudou o coelhinho, por isso suas mãos estão coloridas!

                                     



BOA DIVERSÃO E BOA PÁSCOA!

Sílvia Meirelles Kaercher e filhos, ajudantes do coelhinho!

Parabéns, Porto Alegre!

Cidade que Carlos von Koseritz elegeu para viver e trabalhar, motivo de orgulho e amor, Porto Alegre completa hoje, dia 26 de março,  241 anos. Aqui nasceram as quatro filhas de Carlos, Carolina, Adelaide, Zelinda  e Zeferina. Nesta terra, encontram-se os restos mortais do grande jornalista e deputado, defensor ferrenho dos imigrantes alemães e da cultura germanista.
Abaixo, um trecho do livro "CAROLA", que demonstra a paixão de Kosertitz por sua cidade adotiva:


"Providenciaram a retirada das bagagens do vapor, junto com o escravo Tião. Depois de tudo embarcado nos carros, partiram para a Rua da Olaria. Carlos ia admirando a paisagem de Porto Alegre e seu coração ia se acalmando. Respirava a plenos pulmões o ar gelado do Rio Grande e isto lhe fazia um enorme bem. Dois meses eram tão pouco, mas para ele fora uma eternidade. Notava que pouca coisa havia mudado. Apenas as mudanças costumeiras. Quando foi para o Rio de Janeiro, o outono dourava as copas das árvores, e agora, poucos dias depois do começo do inverno, elas já estavam totalmente nuas. Pouco verde se via pela cidade. Mas o movimento de gente nunca cessa, nem quando o gelado minuano sopra, então ali estavam os porto-alegrenses, circulando em seus carros e bondes, montados em seus cavalos ou caminhando pelas ruas largas e regulares da capital da província."
                                                                      (Carola, de Sílvia Meirelles Kaercher)

segunda-feira, 11 de março de 2013

Sorteio

Para lembrar os 123 anos da morte de Carlos von Koseritz, o Almanaque Koseritz irá sortear um exemplar do livro "Carola" (Ed. Novitas, 2011), que conta a história real da familia Koseritz.
Para participar, basta curtir a nossa página no Facebook, clicar na aba "Promoções" e em "Quero Participar". Depois, compartilhe a imagem da promoção.
O sorteio será dia 30 de maio de 2013!
Clica ali e participa:

http://sorteie.me/facebook/compartilhar.php?id=157589

Boa sorte!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ilha Feijó

Puxa, faz tempo que não publico nada aqui no Almanaque!
Ando mergulhada em outro livro, buscando outros antepassados, que têm se mostrado tão interessantes quanto os meus amados Koseritz.
Se "Carola" (E. Novitas, 2011) foi um mergulho nas lembranças da Familia Koseritz, agora é como se eu houvesse descoberto outro mundo, um lugar bem próximo, mas inexplorado. Acho que descobri uma ilha: A ILHA FEIJÓ!
A história parte de onde Carola termina, narrando o destino de Stella, a jovem filha da escritora Carolina von Koseritz, e de outros personagens, como dos irmãos Carlos e João e suas esposas, Firóca e Antônio Pereira da Cunha e outros ainda.. Muitos leitores me questionam o que aconteceu com Stella, tão danada e original. Bem, ela é minha bisavó, então um pouco se revela... Mas como, de guria arteira e espoleta, ela se tornou aquela senhora calma, amorosa, acolhedora? Sempre me perguntei isso... Agora, estou descobrindo. E como é delicioso esse descobrimento!!!

São Francisco de Paula/RS -  onde tudo começou
Espero, em breve, poder compartilhar esse novo achado com vocês. Por enquanto, muita pesquisa, entrevistas, viagens e quebra-cabeças...Novamente, a História do Rio Grande do Sul e do Brasil traçam o destino da família, em uma narrativa que inicia na década de 20, palco de grandes revoluções.
Amor, Sofrimento, Revoluções. Os melhores ingredientes para um verdadeiro mergulho na Ilha Feijó!

Te encontro lá!

Silvia Meirelles Kaercher

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Exposição Brasileira-Allemã, de 1881




A Exposição Brasileira-Allemã, realizada de outubro de 1881 a fevereiro de 1882, em Porto Alegre/RS, foi a maior de seu gênero em todo o Império Brasileiro. Seu presidente foi CARLOS VON KOSERITZ. 
O grande objetivo da Exposição era divulgar os produtos brasileiros para os enviados dos principais mercados da Alemanha e, em contrapartida, apresentar aos brasileiros os produtos fabricados pelos alemães. A Sociedade Central de Geografhia Commercial de Berlim, através de sua filial em Porto Alegre, divulgou o evento na Alemanha, obtendo junto a várias e importantes indústrias a presença de seus produtos, alguns já conhecidos e premiados na Europa. Várias províncias enviaram amostras de seus principais produtos, destinados à possível exportação para o mercado alemão. Toda a movimentação de transporte das cargas era gratuita para os brasileiros e patrocinada pela Província do Rio Grande do Sul. O Presidente da Província, autorizado pela Assembléia Legislativa, determinou um crédito de 40 contos para auxiliar nas despesas da Exposição.
Foi a primeira Exposição Internacional em todo o Império. Localizava-se na Rua da Olaria (atual Lima e Silva), exatamente onde hoje encontra-se o Supermercado Zaffari Lima e Silva. O terreno pertencia à chácara de Carlos Trein.
Koseritz era o presidente da Exposição, mas estava ombreado por grandes homens: Frederico Haensel, Ramiro Barcelos, Graciano Azambuja, Gaspar Rechsteiner, além de Ter Brügger e Carlos Jaensen.
Apesar dos protestos e das críticas de que foram alvo os organizadores do evento, a Exposição Brasileira-Allemã realizou-se, foi muito comentada e atraiu um bom público. Linhas de bondes foram colocadas da Praça da Alfândega até a Rua da Olaria, onde se realizava o evento. O público adquirira os bilhetes, individuais ou familiares, sempre nominais.
De sucesso estrondoso e excelente público, a Exposição conquistou admiradores, mas não calou os opositores, que insistiam em chamar o Palácio de Exposições de “uma gaiola de estacas e sarrafos” e que, na realidade, era um grande chalé de 2 mil metros quadrados, com vários pavilhões, bandeiras a enfeitar-lhe a entrada e todo ajardinado, como pode-se notar pela gravura acima.
A Exposição Brasileira-Allemã durou cinco meses. Mas depois de muitas brigas entre os participantes das competições e o júri, alguns premiados nos concursos devolveram suas prendas, em protesto. Após uma acirrada discussão entre os alguns organizadores da Exposição e o público a respeito de uma corrida de cavalos, houve um grande incêndio no Palácio de Exposições e tudo foi perdido. Sobraram apenas os escombros dos pavilhões.
Neste incêndio, Koseritz perdeu sua coleção etnográfica, que contava com peças belíssimas dos índios brasileiros e que foi objeto de seu estudo e tema de um livro.


(Fonte: Livro Carola, de Sílvia Meirelles Kaercher; Ed.Novitas/2011)