terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Por Carlos

"E, pois, embora o diário lidar da imprensa periódica me tenha gasto a imaginação,
 tenha cortado as asas à minha fantasia,
 embora a realidade da vida material tenha, uma por uma, destruído as minhas ilusões poéticas da primeira juventude, 
em que me extasiava a vista de verdejante prado, 
de argênteo riacho, 
o doce trinar do rouxinol; 
embora esse santo tempo de enlevos poéticos já vá longe, 
digo, ainda me fala à alma a majestade do oceano e,
 onde a doce poesia já não acha eco,
 o ribombar da tempestade ainda desperta simpatias, 
ainda me inspira." 

Carlos von Koseritz




 Trecho da obra de Karl von Koseritz. Um drama no mar, de 1862. Cf. VAZ, Artur Emílio Alarcon; MELLO, Juliane Cardozo de. Carlos von Koseritz. Novelas. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro: Corag, 2013.