quarta-feira, 30 de maio de 2012

122 anos sem Carlos von Koseritz

O dia 30 de maio de 1890 será para sempre lembrado como o dia que mudou o destino da família Koseritz. Passava das duas da manhã quando, angustiado e infeliz, Carlos von Koseritz morria vítima de um infarto fulminante e da perseguição de seus adversários políticos.
Conta-se que seu velório e cortejo fúnebres, foi o maior visto por Porto Alegre, até então. Atrás do longo cortejo, que incluía representantes da maçonaria, da política e do jornalismo gaúcho, que se dirigia para o novo cemitério nos altos da Azenha, iam os admiradores e uma banda, tocando marchas fúnebres. Prédios públicos exibiam suas bandeiras a meio pau e casas e comércios populares fechavam-se à sua passagem.
Tudo aquilo dava a verdadeira dimensão do reconhecimento e carinho do povo rio-grandense por seu maior jornalista e defensor. Mas ele não pode assistir àquela homenagem. Morrera triste, sentindo-se abandonado e traído.
Trazia o amor pela terra que o acolheu, jovem ainda, e onde constituiu família, amigos, uma rica história e muito inimigos. Dedicou-se inteiramente ao engrandecimento cultural e político da província que escolhera como sua nova pátria e desejava, acima de tudo, o seu progresso.
Alvo de calúnias e perseguições políticas, necessitando salvaguardar a saúde de suas filhas e esposa, a quem sempre colocara em primeiro lugar na vida,  pouco antes de morrer, deixou uma carta de despedida ao povo que tanto quis bem.

São suas últimas palavras:


 “Desde 15 de novembro ocupei meu posto de honra na direção da imprensa do meu partido, sem um momento de hesitação, sem a ideia de um receio, cumprindo o meu dever em toda a sua extensão.
Se hoje, temporariamente, me afasto deste posto não é porque me faleça o ânimo para a luta, nem porque desespere do futuro desta heróica terra, que incólume atravessará todas as provações que parece preparar-lhe a insânia de alguns de seus filhos; é, sim, porque acima do meu dever de cidadão, está o meu dever de pai, que me obriga a precaver a vida de fracas meninas, já profundamente afetadas por contínuos sustos e terrores, principalmente nos últimos dias de prisão, que comigo partilharam, contra novos abalos.
Não fujo, não abandono meu posto de combate, e a ele voltarei, logo que as circunstâncias o permitirem.”

Aguardamos, então, a volta do grande defensor do germanismo, do ilustre jornalista e do mais brasileiro dos imigrantes.

Que o 30 de maio seja sempre lembrado como o dia que empobreceu o jornalismo riograndense.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

"Nasce uma escritora" - por Vinícius Bossle

O texto abaixo foi publicado no Jornal NH, do Grupo Editorial Sinos, de Novo Hamburgo/RS, no dia 13 de dezembro de 2011.
Vinícius Bossle, amigo e colega do meu avô Alceu Feijó,  prestou-me esta linda homenagem, na véspera de lançar meu primeiro livro, "Carola".


Observação: meu pai  é ANDRÉ, não Ricardo, como mencionado no texto. Meu esposo não nasceu em São Francisco de Paula. Perdoa-se estes pequenos enganos a um carinhoso amigo, com mais de 80 anos...

No mais, é tudo verdadeiro!