sábado, 29 de outubro de 2011

Carolina von Koseritz, a Carola

Carolina von Koseritz foi uma mulher à frente do seu tempo e isso se deve, muito, à convivência com o pai. Nascida em 23 de outubro de 1865, em Porto Alegre, desde cedo teve sua aptidão literária estimulada, numa época em que as mulheres não se destacavam na sociedade, há não ser por seus casamentos e filantropias. Falava, escrevia e traduzia várias línguas: alemão, inglês, francês, latim, espanhol.
Com o pai, Carolina engajou-se no movimento abolicionista, no estudo da filosofia espírita, no desenvolvimento cultural da Província e na divulgação dos ideais germanistas.
Sua produção literária é admirável. Com treze anos ganha seu primeiro concurso de poesias e passa a receber atenção privilegiada do pai, secretariando-o. Ainda na adolescência, traduziu e publicou vários contos dos clássicos alemães e ingleses. Aos 18 anos, em viagem ao Rio de Janeiro, traduziu e publicou “Réquiem”, um poema do poeta austríaco Dranmour, prefaciado por Sílvio Romero. A crítica da época aplaudiu a “quase menina”.
A partir daí, seguem-se várias publicações de contos próprios e traduções: Hermann e Dorothéa, de Goethe; Excelsion, de Langfellow; Relíquias Vivas, de Turguenoff; Manfredo, Oscar e Masera, de Lord Byron; O Grilo da Lareira, de Charles Dickens.
São produções suas: Uma dor de cabeça; A freira; Um perfil; Uma flor Fenecida; A vingança das Flores; Risos e Sorrisos; Antigualhas e Episódio Obscuro.
A maior parte de suas produções está distribuída pelas páginas corroídas e amareladas dos jornais da época, como o Jornal do Commércio, Koseritz Deutsche Zeitung e Mercantil e escondidas sob pseudônimos. Alguns contos aparecem nas Revistas Kodak e Norte-Sul. Comenta-se que na Biblioteca Nacional existam livros seus.
Conforme descreve sua pesquisadora, Hilda Agnes Hübner Flores, Carolina von Koseritz “pertence ao pequeno grupo de mulheres intelectuais que integraram o romantismo das últimas décadas do século XIX. Tradutora poliglota, enriqueceu o Brasil com literatura alternativa face à dominância do francesismo cultural.
O pioneirismo de Carolina revela-se na projeção da capacidade feminina além dos umbrais domésticos, em busca do lugar adequado que cabe à mulher na sociedade atual.”
Carolina Von Koseritz é nome de rua em Porto Alegre e patrona da cadeira nº. 15 da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.
                      Na foto acima, Carolina com seus filhos, João e Carlos.

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